ÁGUA - UM GRANDE PROBLEMA PARA O SÉCULO XXI
Autor: Farid Cézar Chede
Gênero: Técnico
Num. páginas: 260
Versão Digital: R$ 12,35
Versão Impressa: R$ 24,70
 
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Apresentação

Todas as atividades humanas que dependem essencialmente da água doce, somadas à sua pequena disponibilidade e a aparente distribuição irregular mundiais dessa água, farão com que esta água doce se torne o maior e o mais crucial problema do século 21. A diferença entre os pouquíssimos países que dispõem de grandes recursos hídricos naturais e os muitos países que convivem e sobrevivem com a escassez assustadora desses recursos deverá aumentar muito os problemas com a água, ao longo do próximo século. Essa diferença tenderá, por isso, atingir níveis considerados de desequilibro social, já na primeira década.
Expressões como “internacionalização dos grandes recursos hídricos naturais em proveito da humanidade; globalização ou mundialisação da água” como um bem comum, continuarão tomando corpo, adquirindo fôlego e inquietando o mundo. A água será sempre considerada um bem geral, renovável, porém, limitado que deverá ser preservado para o interesse da humanidade. Que cada parte interessada, principalmente os detentores de vastos recursos hídricos naturais, que façam o que lhes for mais conveniente, beneficiando a quem puder e como puder, sem sacrifício próprio.
Fala-se muito sobre a Região Amazônica, mas, muito pouca gente sabe o que ela realmente significa. É uma idéia generalizada no Brasil fazer-se referência a Região Amazônica, tendo em mente apenas a Amazônia Legal. É um erro primário. A Amazônia legal é apenas um segmento da Região Amazônica, aliás o maior de todos e o que possui a saída maior para o mar. Tal segmento, no entanto, não representa o todo.
A Região Amazônica - na sua totalidade - é maior do que o Mediterrâneo, o Negro, o Cáspio, o Báltico e o Mar do Norte, somados. Ela é bem mais de 300 (trezentos) vezes maior do que o conjunto famoso dos Grandes Lagos que separam o Canadá dos Estados Unidos.
A Região Amazônica ainda não está bem conhecida em sua real grandeza e na sua importância global. Por isso ainda é um vasto vazio desconhecido em seu âmago.
A maior riqueza da Região Amazônica, a ser cobiçada internacionalmente nos dias de hoje e nos próximos anos, é bem diferente daquelas tradicionais riquezas. Essa vai exigir uma outra forma de defesa e de comportamento político. Não se fala mais em ouro, ferro, manganês, biodiversidade ou seja lá o que for que esteja no subsolo ou aflorando a superfície da região. Há algo de novo, que não tinha tanto valor assim no passado, mas agora se apresenta como a coisa mais valiosa na mundo, em futuro bem próximo: água doce, para uso imediato, geral e sem restrições! É a mais nova e a maior das riquezas.
O século 21 assistirá inúmeros choques e conflitos, por causa dessa água doce. Conflitos esses que já estão ocorrendo nas regiões secas, inclusive nesses últimos anos do século que agoniza. Esses choques, conflitos e guerras localizadas aumentarão em freqüência e violência e tenderão a se generalizar à medida em que for crescendo a diferença entre a demanda da água e a sua oferta. O valor da água doce no grande mercado mundial, subirá sempre mais e sem controle. Todas as riquezas tratadas aqui como convencionais, seguirão sempre juntas com a maior riqueza, que é a água. Numa referência figurativa a um previsível e próximo grande banquete comercial de âmbito mundial, a água será o “filet mignon” do referido banquete. O resto virá automaticamente como parte do cardápio oferecido, na forma de sobremesa, cafezinho e licor. Essa realidade permite prever a futura situação das águas amazônicas em primeiro plano e das águas gongolesas em segundo plano, na figura simbólica do “filet mignon” do grande banquete comercial, verdadeiramente hídrico, do século 21.
O presente livro trata a água como ela é na realidade; uma substância que ainda continua envolta em um manto de mistério; com a sua natureza físico química muito pouco conhecida e que ainda tem muito mais surpresas para revelar aos olhos da ciência, mas, que já vai se tornando o grande problema crucial para a humanidade.
O autor espera sinceramente que a humanidade aprenda rapidamente a usar com inteligência, toda a água doce disponível na terra!
 
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